quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Não se cale diante do pecado

Quem se cala diante do pecado, da injustiça e de falsas doutrinas não ama de verdade. A Bíblia diz que o amor “…não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (1 Co 13.6). Várias passagens bíblicas sublinham o amor que Jesus demonstrava a todos os pecadores, mas também esperava do pecador arrependimento de seus pecados, não os cometendo mais. “O reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho” (Mc 1:15)

Controvérsias realmente são desagradáveis. Já é extremamente difícil vencer o diabo, o mundo e a carne sem ainda enfrentar conflitos e perseguições. Mas pior do que discutir é tolerar falsas doutrinas, pecado e injustiça sem protesto e sem contestação. A Reforma Protestante só foi vitoriosa porque houve discussões. Se fosse correta a opinião de certas pessoas que amam a paz acima de tudo, nunca teríamos tido a Reforma. Por amor à paz deveríamos nos curvar diante de imagens e relíquias até o dia de hoje.

O apóstolo Paulo foi a personalidade mais agitadora em todo o livro de Atos, e por isso foi espancado com varas, apedrejado e deixado como morto, acorrentado e lançado na prisão, arrastado diante das autoridades, e só por pouco escapou de uma tentativa de assassinato. Suas convicções eram tão decididas que os judeus incrédulos de Tessalônica se queixaram: ‘Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui’ (At 17.6).

João Batista não se calou diante do pecado de Herodes ao dizer ao mesmo que não era lícito ele possuir a mulher de seu irmão. A verdade as vezes dói, mas deve ser dita por amor e visando arrependimento. Herodes se ofendeu com a verdade dita sobre seu pecado, de tal modo que ele mandou prender João Batista, que logo mais tarde foi decapitado. João Batista não se calou diante daquilo que era contrário a palavra de Deus, ele pregou o arrependimento dos pecados.

João Batista disse às multidões: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Lc 3:8; cf. Mt 3:8). Fruto é um termo figurativo que se refere a boas obras, ou seja, obedecer à vontade de Deus. Assim como um fruto é o produto de uma fruteira, as boas obras são o resultado natural do arrependimento. João disse a seus ouvintes: “toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo” (v. 9). Resumindo, o arrependimento acarreta uma mudança de pensamento a respeito de Jesus Cristo e a obediência aos seus mandamentos.


Se o nosso alvo principal como cristãos é o crescimento das organizações e a manutenção da paz e da harmonia apenas, deixando de pregar a verdade e o arrependimento dos pecados, poderemos até fugir das polêmicas e da perseguição, mas não escaparemos do tribunal de Cristo.

Autor: Vicente Alves