terça-feira, 18 de agosto de 2020

O cristão pode fazer tatuagem?

O assunto tatuagem sempre gerou muita polêmica dentro da igreja. Alguns utilizam para dar embasamento bíblico à proibição do crente fazer tatuagens o texto de Levítico 19.28, que diz: “Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou o SENHOR.”

Conforme podemos observar claramente nesse texto, não há uma indicação sobre não fazer tatuagens ou marcas de qualquer tipo, mas uma indicação pontual ao povo de Israel que não copiasse o costume de nações pagãs de sua época, que faziam marcas e feridas na pele em adoração aos mortos. Assim, esse texto não pode ser usado para embasar uma proibição total da prática de fazer tatuagens. O texto só pode ser usado naquilo que se refere. Esse é o único texto bíblico que faz alguma menção sobre tatuagens. Fora esse não temos textos bíblicos explícitos que proíbam e nem que autorizam o uso de tatuagens.

ENTÃO, NESSE CASO, O CRISTÃO ESTÁ LIBERADO PARA FAZER TATUAGENS?

Sim e não. Digo isso porque toda atitude do cristão deve ser refletida no contexto completo da Palavra de Deus e não apenas no fato de a Bíblia proibir ou não algo em específico. Por isso, antes de decidir fazer sua tatuagem, creio ser necessário pensar alguns pontos para que essa tatuagem não venha a se transformar em motivo de problemas em sua vida e venha a ser do desagrado a Deus.

(1) Tudo deve ser feito para a glória de Deus.

Em 1 Coríntios 10. 31 encontramos um princípio a ser aplicado em todas as nossas ações: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”. Se essa tatuagem que você quer fazer é apenas com um intuito egoísta, se é apenas um ato de rebeldia contra algo ou alguém, se é um desejo originado em algo pecaminoso, não faça, pois não estará glorificando a Deus nisso. A motivação daquilo que fazemos conta muito para Deus. Uma motivação errada te levará a um caminho errado, que não glorificará o Senhor no final das contas. Faça essa pergunta a si mesmo: A minha atitude de ter uma tatuagem glorificará a Deus?

 (2) Que tipo de desenho você quer fazer?

Existem desenhos que carregam simbologias fortes que não caberiam ao cristão carregar em seu corpo. Por isso, se decidir se tatuar deve observar se o tipo de desenho é condizente com os ideais bíblicos. Conheço um cristão que, por ignorância e falta de reflexão e sabedoria, tatuou palavras em outra língua, que ele achava que tinham um significado legal, mas que, na verdade, eram citações reprováveis. Quando descobriu era tarde demais! Por isso, é preciso ter cuidado. Pense: O desenho que quero fazer está condizente com os valores cristãos bíblicos?

(3) Sua tatuagem vai causar escândalo?

Apesar de ser algo subjetivo essa questão de causar escândalo, Paulo nos deixou um bom modo de refletir sobre a nossa liberdade cristã, principalmente em relação ao próximo. Em 1 Corintios 8.1-13 Paulo refletiu sobre a sua liberdade diante das pessoas mais fracas na fé. Por que não deveríamos também refletir sobre isso? Ele fez duas conclusões interessantes que, penso eu, podem dar embasamento para uma tomada de decisão mais madura com relação às tatuagens: “Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos (…) E, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo.” (1Co 8. 9; 13). O referencial do reino de Deus é o “nós” e não o “eu”, por isso, pense se essa tatuagem não trará mais problemas que bênção em sua vida e comunidade. Então, depois de refletir bem decida se fará ou não.

 (4) Quantos anos você tem?

Normalmente no calor da rebeldia de jovens e adolescentes aparece esse desejo de fazer uma tatuagem com objetivos nada cristãos. Principalmente pela influência de amigos, da mídia, da moda, do momento, etc. Por isso creio ser de bom grado que pessoas ainda jovens pensem muito bem, consultem seus pais e reflitam. Lembre-se que a tatuagem é permanente e pode te prejudicar inclusive profissionalmente no futuro, pois existem empresas que aplicam restrições – veladas – a pessoas tatuadas. Por isso, pense bem se vale a pena tanto risco por causa de um desenho na pele! Na dúvida, espere mais um pouco e amadureça a ideia.

(5) O cristão deve respeitar a lei.

Se você for menor de idade existe uma lei específica que tem restrições a você fazer tatuagens. Se estiver a fazer algo escondido, contrário à lei, está errado. Se a sua decisão é por fazer a tatuagem, que seja algo aberto, legal. Aquela história de aparecer em casa tatuado “do nada” apenas para provocar os pais não indica uma atitude cristã. Certamente irá se arrepender no futuro. Pense que tudo tem a sua hora certa, o seu momento certo e, às vezes, no futuro, você acaba repensando e decide não fazer. Tenho amigos que estavam loucos para fazer tatuagem porque é “modinha”, mas depois de refletirem e deixar o tempo passar acabaram desistindo. Pode acontecer.

(6) As suas dúvidas estão maiores que as certezas?

A Bíblia diz algo bem interessante: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração…” (Cl 3. 15). Árbitro é aquele que é capaz de julgar e dar a diretriz correta a respeito de algo. Assim, a Bíblia aponta a paz de Cristo como um bom referencial para acertarmos em questões difíceis. Normalmente a dúvida provoca a falta de paz em nosso coração. Se a dúvida está maior que a certeza, pode ser que Deus não esteja se agradando com essa tatuagem ou que Deus está te preparando melhor para fazer uma melhor escolha de tatuagem que a atual. Em última instância, sempre ouça a voz de Deus e não a sua.

Os pontos citados acima fornecem bons referenciais para uma tomada de decisão correta com relação a fazer ou não uma tatuagem. Usar a liberdade que Cristo nos deu da melhor forma possível, seja para fazer uma tatuagem legal ou para escolher não fazer uma tatuagem, é o que Deus espera de cada um de nós. Por isso, antes de fazer faça uma reflexão imparcial e sincera sobre a questão é só depois decida.

#SouDeJesus

segunda-feira, 30 de março de 2020

Deus criou o coronavírus?

Neste tempo em que o mundo parou com a pandemia de coronavírus, muitas perguntas têm chegado até a nossa redação. O que é um vírus? Se Deus criou todas as coisas perfeitas, como explicar os vírus e as bactérias? A "evolução" da Covid-19 refuta o criacionismo? Bem, em poucas palavras, gostaria de trazer alguma luz a essa questão. E quero acrescentar algumas outras questões que nos ajudarão a atender o assunto.

O que são vírus?

Todos os vírus são definidos como tendo um ácido nucleico, DNA ou RNA, cercado por uma "camada" de proteína. Alguns vírus têm uma membrana lipídica externa adicional chamada envelope lipídico. Em muitos casos, o envelope parece ser "roubado" das células que invadem. 

Vírus não são células. As células possuem bioquímica interna ativa e podem coletar energia e se reproduzir; os vírus não podem obter energia e não podem se reproduzir sozinhos. Os vírus usam a máquina da célula a seu favor. 

Existe grande discussão na biologia. Vírus são seres vivos ou não? Depende da definição de ser vivo que usarmos. Se considerarmos que todos os seres vivos devem possuir apenas uma célula, automaticamente excluiremos os vírus, que são acelulares. No entanto, se considerarmos que os seres vivos devem possuir DNA ou RNA, aí eles se esquadrariam na descrição. 

Essa discussão não vem ao caso agora, e deixemos que os especialistas continuem esse debate.

O que os vírus fazem?

Os vírus são frequentemente chamados de parasitas, porque invadem as células e emprestam sorrateiramente a bioquímica das células para fazer cópias de si mesmos. Eles então escapam da célula, muitas vezes até matando a célula "hospedeira". 

O que a Bíblia diz sobre vírus e de onde eles vêm na criação de Deus? 

Embora os vírus não sejam mencionados na Bíblia, o mundo microbiano em que os vírus estão ativos é mencionado. Por exemplo, micróbios como leveduras e bactérias são usados ​​em muitos produtos alimentícios fermentados, e bebidas e pão fermentados também são mencionados. O fermento e as bactérias têm vírus, que podem realmente promover esses processos de fermentação. Recentemente, genes de fermentação foram descobertos em um vírus.[1] E bons vírus que ajudam a eliminar más bactérias em fermentação de produtos também estão sendo exploradas.[2]

O fermento é mencionado nas ilustrações da Bíblia que demonstram princípios espirituais (Lucas 13:20, 21). Essa é provavelmente uma referência ao fermento que usamos na fabricação de pão. Novamente, em nosso mundo, encontramos muitos micróbios envolvidos em atividades benéficas, até vírus.

O relato bíblico das origens indica que a criação foi muito boa. A origem dos patógenos que causam sofrimento, doença e morte é uma questão desafiadora. Uma série de possibilidades foi sugerida da seguinte forma:

  1. Micro-organismos (incluindo vírus) não causavam doença inicialmente. Eles se desenvolveram após a criação, como resultado de mutações e embaralhamento de genes entre si. Como consequência, surgiu um pequeno número de variantes patogênicas.
  2. Deus pode ter criado patógenos nas classes mais baixas da vida para garantir o controle da população, mas isso não se estendeu aos micróbios que habitavam os seres humanos. Em vez disso, mutações deram origem a patógenos entre populações de micróbios geralmente benéficos que habitam o corpo humano, e mutações semelhantes em patógenos animais lhes permitiram pular a barreira da espécie e infectar seres humanos.
  3. Os genomas de todas as criaturas foram projetados para que pudessem se adaptar rapidamente ao meio ambiente. Esses segmentos de DNA produtores de variantes ficaram comprometidos, dando origem a vírus de RNA e talvez a retrovírus, ostensivamente em razão da remoção do "poder regenerador de cura" de Deus.
  4. A diversidade pode ser explicada postulando que os elementos transponíveis eram originalmente projetados para produzir resultados altruístas positivos, mas subsequentemente causaram mutações quase neutras ou mesmo deletérias.
  5. Os micróbios não causavam inicialmente doenças em criaturas com sensações de dor, mas como consequência de várias mudanças que apareceram, talvez auxiliadas por agências externas.
As mudanças após a queda envolveram alterações no equilíbrio do ecossistema, de modo que a natureza e o comportamento dos organismos foram alterados. Em uma extensão da sugestão sobre agências, alguns postularam que um agente maligno alterou ou adicionou novas informações genéticas ao genoma de organismos existentes ou uma linha de micróbios inteiramente nova foi permitida emergir (Maldição de Deus).

Se os vírus não são todos ruins, o que eles foram projetados para fazer na criação?

O surgimento de bactérias patogênicas interessa aos criacionistas porque afeta os conceitos do caráter de Deus. O pecado trouxe uma mudança nas características do reparo do DNA e da regulação dos genes nos sistemas vivos, e o estresse foi introduzido na equação. Isso resultou em mutações e outros erros, dando origem a defeitos celulares. Os vírus, apesar de pequenos e mais simples que a maioria das células, possuem designs tremendos. Proponho que alguns vírus foram criados para bons usos na criação e outros foram alterados pela queda de Adão no pecado e surgiram em lugares onde não deveriam estar. Chamo isso de teoria do deslocamento na biologia da criação.[3] No genoma humano, por exemplo, temos mais sequências de DNA que se alinham com vírus do que sequências que codificam nossas próprias proteínas! Algumas dessas sequências de vírus no corpo humano produzem proteínas que silenciam nosso sistema imunológico, por exemplo, próximo ao embrião em crescimento. Alguns vírus ruins poderiam se originar de animais e de nós? Nesse caso, isso apoia a teoria da criação de deslocamento e, como dissemos acima, muitos vírus infecciosos em humanos têm uma origem zoonótica. Por exemplo, ouvimos falar dos suínos e da gripe aviária. Nesses casos, os vírus da influenza humana e gripe aviária se misturam nos porcos, e novos vírus da gripe são criados a partir de uma mistura das partes virais. Esses tipos de gripe são geralmente os mais infecciosos e mortais.

Vamos explorar outro exemplo: as mais numerosas criaturas biológicas da Terra são um grupo de vírus chamado bacteriófagos. Os bacteriófagos são vírus que vivem dentro e sobre todas as bactérias conhecidas. Pode haver até centenas de vírus em cada bactéria na terra. Prevê-se que as cianobactérias sejam as bactérias mais abundantes da Terra. Podemos ver "flores" de cianobactérias nos oceanos, mesmo do espaço, porque são de cor verde brilhante. Estima-se que as cianobactérias, que podem realizar a fotossíntese, capturem tanto carbono da atmosfera quanto todas as plantas da terra. Todo ser vivo na Terra precisa de carbono, e a maior parte vem da fotossíntese. Somos formas de vida baseadas em carbono. Assim, as cianobactérias ajudam a sustentar toda a vida nos oceanos.

Cada cianobactéria vive com cianófagos, que são vírus existentes nas cianobactérias. Os vírus cianófagos fazem duas coisas importantes para ajudar o ciclo do carbono na Terra. Eles abrem as cianobactérias que liberam carbono no oceano para sumidouros de carbono: formas de armazenamento de carbono que ajudam a reduzir o carbono na atmosfera e a integrar os seres vivos. E as cianobactérias podem morrer de queimaduras solares. Assim, descobrimos que os vírus cianófagos podem injetar genes em cianobactérias, restaurando os genes de suas proteínas queimadas pelo sol.[4]

Podemos realmente dizer então que a maioria dos vírus está sustentando a vida na Terra. Servimos um Criador incrível que estabeleceu uma biomatriz microbiana baseada em suporte à vida que suporta a vida na Terra.[5] Portanto, não deve surpreender que nosso Criador use a menor, mas mais abundante criatura do planeta, o vírus do bacteriófago, para sustentar a vida.

A evolução de vírus e bactérias contraria o criacionismo?

Segue um trecho tirado de outro artigo deste site: bactérias que adquirem resistência a antibióticos são praticamente o único exemplo que os evolucionistas podem usar como evidência de “evolução” (na verdade, trata-se de “microevolução”, já que, depois de tanto tempo, inúmeras gerações e muitas mutações, as bactérias continuam sendo bactérias). Os mais otimistas (e irrealistas) achavam que o século 21 assistiria à erradicação de todas as doenças, mas a realidade se mostra bem mais sombria. Vivemos à sombra de uma mortandade causada por doenças cada vez mais difíceis de ser tratadas. Esse tipo de situação (aliada às crescentes catástrofes naturais) nos mostra duas coisas: (1) não há segurança para nós neste mundo no qual estamos de passagem, e (2) as profecias, a despeito do que gostariam os otimistas secularizados, não nos apresentam um futuro promissor antes de chegarmos à vida de paz e segurança prometida por Deus. Há dois mil anos, Jesus previu que a proliferação de doenças seria, também, um dos sinais indicativos da proximidade de Sua segunda vinda à Terra (Lucas 21:11).[6]

Acredito que o vírus foi criado para fins benéficos na Terra, e os cientistas da criação podem ajudar a resolver o quebra-cabeça dos vírus causadores de doenças, procurando seu bom propósito original. Isso nos ajudará a saber mais sobre como esse vírus opera na natureza. Que possamos orar para que o Senhor ajude todos os pesquisadores a encontrar uma cura para o Covid-19, e que possamos alcançar nossos vizinhos com a esperança de Cristo!

Alexandre Kretzschmar

Referências:
[1] Vincent Racaniello, “Genes de fermentação em um vírus gigante de algas”, Blog de Virologia, 12 de abril de 2018, http://www.virology.ws/2018/04/12/fermentation-genes-in-a-giant-algal-virus/
[2] Benjamin Wolfe, “Os bons vírus podem manter as bactérias ruins fora dos alimentos fermentados?” MicrobialFoods.org, 27 de junho de 2015, http://microbialfoods.org/can-good-viruses-help-make-safer-fermented-foods/
[3] Joe Francis, “Bons projetos foram ruins” Respostas 4, n 3 (2009), https://answersingenesis.org/evidence-for-creation/design-in-nature/good-designs-gone-bad/
[4] Debbie Lindell et al., "Transferência de genes da fotossíntese para e de vírus de Prochlorococcus", PNAS 101, no. 30 (2004): 11013-11018; https://doi.org/10.1073/pnas.0401526101
[5] Joe Francis, “The Matrix - Life's Support System”, Respostas 3, n 3 (2008), https://answersingenesis.org/biology/microbiology/the-matrix/

sexta-feira, 19 de julho de 2019

George Müller - Um grande herói da fé.

George Müller leu a Bíblia por mais de 200 vezes, sendo 50 de joelhos e antes de sua morte. Quando perguntado por um repórter o que gostaria de fazer ainda, ele, de joelhos, respondeu: “Ler mais a Bíblia, pois conheço pouco ainda, da excelência de Cristo”.

Müller fundou vários orfanatos, e cuidou de mais de 10.000 crianças órfãs, baseado na promessa de Deus do Salmo 68:5 “Deus é pai dos órfãos”. Seus seguidores contam histórias interessantes sobre ele. Entre elas, uma quando Müller estava orando em seu quarto, e sua fama já era notória. A rainha da Inglaterra foi à sua casa, e sua empregada bateu na porta de seu quarto e disse: “Sr. Müller a rainha está na sala, querendo lhe falar”. E ele respondeu: “diga a Senhora Rainha que agora não posso, pois estou falando com Rei dos Reis e não vou atendê-la”.

Em outra oportunidade, o seu orfanato amanheceu sem nenhum alimento para os mais de 1000 órfãos naquela ocasião. E o desespero tomou conta de todos os funcionários, mas Müller disse: Não peço nada ao homem, minha aliança é com Deus. Entrou em seu quarto e orou: “Pai dos órfãos, falta pão. Em nome de Jesus. Amém”.

Passado alguns minutos, várias carroças com pães passaram na porta do orfanato e o chefe que a conduzia disse: “Sr. Müller fomos entregar estes pães para a família real, no castelo, e eles disseram que os pães estavam muito assados e por isto para não jogar, resolvemos dar para o orfanato”. Müller disse: “não foi os pães que passaram do ponto, mas Deus que atendeu nossa oração e teve misericórdia de nós”.

Müller foi um grande evangelista. Teve uma comunhão invejável com Cristo e provou por inúmeras vezes o poder da oração com fé. Müller tinha um caderno, onde anotara mais de 50.000 orações que foram respondidas por Deus. Lembremos de que quando vivemos na dependência de Deus, Ele mesmo cria circunstância favorável ao nosso favor.

• Fonte: Ministrando Missões

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Qual a importância do criacionismo bíblico?

O que é criacionismo?

Criacionismo é uma estrutura conceitual que adota para o estudo da natureza a possibilidade da existência de um criador. A vida teria sido criada inicialmente complexa, completa e funcional, em tipos básicos de seres vivos dotados do aporte necessário para sofrer diversificação limitada ao longo do tempo.

Criacionismo é a cosmovisão que busca entender a origem do Universo, da Terra e de todos os seres vivos que nela habitam a partir da ação de uma entidade divina.

Por que o criacionismo bíblico é importante?

Perguntar por que o o criacionismo bíblico é importante é como perguntar por que um alicerce é importante para um edifício. O criacionismo bíblico é fundamental para a fé cristã e foi estabelecido no livro de Gênesis, capítulo um, com "No princípio, criou Deus..." Esta declaração afirma o criacionismo e se opõe a qualquer visão que adote o evolucionismo (a crença de que o universo começou com um "big bang" e tenha evoluído constantemente desde então). Nossos pontos de vista sobre a criação refletem se realmente acreditamos na Palavra de Deus ou se duvidamos da sua veracidade. Como cristãos, temos de diferenciar entre o criacionismo e o evolucionismo, ou seja, como eles são diferentes? Qual é verdadeiro? É possível acreditar em ambos? Estas perguntas podem ser respondidas ao se definir o que o criacionismo bíblico é e como afeta o nosso sistema de crença fundamental.

A importância do criacionismo bíblico é que ele responde às perguntas fundamentais da existência humana. 1. Como chegamos aqui? De onde viemos? 2. Por que estamos aqui? Será que temos um propósito, e qual é a causa de todos os nossos problemas? São as questões do pecado e da salvação importantes? 3. O que acontece conosco quando morremos? Existe vida após a morte? Gênesis é o alicerce para o resto da Escritura, onde encontramos as resposas a estas questões. Gênesis tem sido comparado à raiz de uma árvore por ser a âncora da Escritura e fornecer o sangue da vida espiritual. Se você cortar a raiz de uma árvore, ela morre. Se você descartar Genesis, você remove o valor e a autoridade de toda a Escritura. 

Gênesis 1:1: "No princípio, criou Deus os céus e a terra" nos dá três grandes verdades que são os fundamentos do criacionismo bíblico e da fé cristã. Em primeiro lugar, Deus é um só. Isto está em contraste com o politeísmo dos pagãos e o dualismo da filosofia humanista moderna. Segundo, Deus é pessoal e existe fora da criação. Isso está em contraste com o panteísmo, onde Deus é visto como iminente, mas não transcendente. Por último, Deus é onipotente e eterno. Isto está em contraste com os ídolos que as pessoas adoram. Deus existia antes, agora, e sempre existirá - Ele criou tudo o que existe a partir do nada por Sua palavra falada. Isso responde a nossa pergunta sobre a criação de tudo que existe, mas e a nossa segunda questão: por que estamos aqui? 

O criacionismo bíblico responde à questão da condição da raça humana. Trata da queda do homem, mas também deixa-nos com a esperança de redenção. É importante que entendamos que estamos unidos em um homem – Adão, uma pessoa que realmente existiu. Se Adão não for uma verdadeira pessoa, então não temos nenhuma explicação plausível de como o pecado entrou no mundo. Se a humanidade, em Adão, não caiu da graça, então a humanidade não pode ser salva pela graça por meio de Jesus Cristo. Primeiro Coríntios 15:22 diz: "Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo." Este paralelo - Adão é o cabeça da raça caída, e Cristo é o cabeça de uma raça redimida - é importante para a nossa compreensão da salvação. "Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos" Romanos 5:18-19. 

Devemos olhar para o criacionismo bíblico como base para o nosso sistema de valores. A narrativa da criação deve ser factual e não apenas uma história, pois se for ficção, então os valores implicados são fundamentados pelo homem, sujeitos a mudanças na medida em que o homem "evolui" e, portanto, inválidos. A base do conflito entre a ciência e religião (especialmente o Cristianismo) é o pressuposto de que a ciência é verdade e a religião é filosofia. Se fosse assim, então os nossos valores cristãos são apenas isso: valores para os cristãos, sem qualquer relevância no mundo secular. 

A última questão fundamental para a humanidade é o que acontece conosco quando morremos. Se o homem for apenas parte do universo evoluído e retornar ao pó quando morre, temos de afirmar que não temos alma ou espírito e que esta vida é tudo que existe. Essa crença nos deixa com apenas um objetivo na vida: seguir o plano de evolução - sobrevivência dos mais aptos. O Cristianismo, por outro lado, apresenta-nos com um bem moral estabelecido por um Ser sobrenatural e transcendente. A moralidade de Deus define um padrão imutável que não só promove uma vida melhor para nós pessoalmente, mas também nos ensina a amar os outros e, por último, a trazer glória ao nosso Criador. Este padrão é exemplificado por Cristo. É através da Sua vida, morte e ressurreição que encontramos um propósito para esta vida e esperança de uma vida futura com Deus no céu. 

O Criacionismo bíblico é importante por ser o único sistema que responde às perguntas básicas da vida e nos dá significado maior do que nós mesmos. 


Fonte: Got Questions

quinta-feira, 22 de março de 2018

Por que tirar tempo para orar?

A oração é uma parte essencial da vida cristã. A Bíblia diz que podemos conversar com Deus, através da oração, em todo tempo! Mas por vezes, em meio à correria do dia a dia, deixamos a oração de lado. Mesmo assim, é muito importante encontrar tempo para orar. Deus nos deu um dia com 24 horas para nos organizar em nossos afazeres e tirar um tempo a sós com Deus em oração. Deus nos dá várias razões para tirar tempo para a oração:

1. Para se aproximar de Deus

"Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa." Mateus 6:6

Quando você ora, você se aproxima de Deus. Com a oração, você ganha mais intimidade com Deus e aprende a ouvir sua voz. Deus vê e recompensa seu desejo de estar mais perto dele.

2. Para receber a resposta de Deus

"Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês.  Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate." Mateus 7:7‭-‬8

O primeiro passo para receber é pedir! Deus ouve suas orações e responde. Quando você ora, você aprende a ouvir as respostas de Deus e a confiar nele.

3. Para encontrar paz

"Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido." Filipenses 4:6

Nos tempos de ansiedade, a oração ajuda a acalmar e a encontrar paz. Orar ajuda a lembrar que Deus está no controle. Sua atenção se volta para Deus, não para a ansiedade.

4. Para ter uma vida mais tranquila

"Em primeiro lugar peço que sejam feitos orações, pedidos, súplicas e ações de graças a Deus em favor de todas as pessoas. Orem pelos reis e por todos os outros que têm autoridade, para que possamos viver uma vida calma e pacífica, com dedicação a Deus e respeito aos outros." 1Timóteo 2:1‭-‬2

Há muitas pessoas com poder que podem dificultar a vida do cristão. Por isso, é importante orar para que Deus aja nas vidas dessas pessoas. Quando você ora, Deus transforma até a situação mais impossível e o coração mais duro!

Não se esqueça de orar hoje!

Autor: Bibliaon.com

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Pré venda livro: Onze de Gênesis

O Criador teria deixado a assinatura de Sua intervenção na natureza? Existem evidências de uma criação sobrenatural? É possível mudar uma visão de mundo graças ao simples contato com essas evidências? A fé deve aceitar tudo sem verificação, ou ela deve estar amparada em fatos e na razão? Até onde vai a criatividade de um pai a fim de revelar-se a um filho por meio de vestígios de sua atuação?
Essas e outras questões são respondidas em Onze de Gênesis – De Pai para Filho, uma obra na qual ficção e realidade se alternam a ponto de deixar o leitor atento do início ao fim da leitura.
Onze de Gênesis conta a história intensa e quase enigmática de um pai zeloso que deixa uma herança para o filho. No entanto, muitas dúvidas e questionamentos precisam de respostas. Depois da morte de seu pai, Gabriel Edelweiss volta à sua cidade natal e o retorno traz grandes surpresas e muitas mudanças. Em meio a tantos detalhes por resolver, Gabriel encontra pistas deixadas pelo pai que o levarão a uma análise breve, porém sistemática, verso por verso, dos onze primeiros capítulos da Bíblia. Isso fará com que ele inicie uma jornada de encontros consigo mesmo e com sua fé. Digitais deixadas por um pai criativo levam Gabriel a descobrir novos horizontes e a colocar em xeque antigos conceitos.
Onze de Gênesis apresenta ao leitor, de forma simples e quase poética, uma resposta sobre a verdadeira história de nossas origens. Acompanhe a jornada dos personagens numa aventura cheia de drama, amor e descobertas que poderão mudar também a sua vida.
SOBRE O AUTORAlexandre Kretzschmar tem sido considerado um dos principais divulgadores brasileiros do criacionismo em termos de popularização da temática por meio de designs gráficos. Ele é idealizador do projeto homônimo “Onze de Gênesis”a partir do qual surgiu a ideia de pesquisa e coleta de informações para a elaboração deste livro. É diretor executivo do Núcleo Blumenauense da Sociedade Criacionista Brasileira (NBLU-SCB), membro do Núcleo Maringaense da SCB (Numar-SCB) e tem prestado relevantes serviços para a sede da SCB, em Brasília-DF. Também é cofundador e editor associado da Origem em Revista, um periódico criacionista do tipo magazine, que divulga diversos assuntos relacionados à origem da vida.
OPINIÕES DE LEITORESO MSc. Everton Fernando Alves fala sobre o livro e sua impressão e diz que:
este romance criacionista despertou-me diversas sensações, em especial, me transportou para um cenário de contemplação e a invejar a ingenuidade e pureza muitas vezes presentes nos personagens que me marcaram profundamente.
A leitora Marcela Calixto dos Santos, que é fundadora do NULON-SCB (Núcleo Londrinense da Sociedade Criacionista Brasileira) fala sobre o projeto Onze de Gênesis :
Eu venho acompanhando o projeto Onze de Gênesis a mais de um ano e aprendo muito com a forma que o projeto trabalha os conceitos de criacionismo na internet. Creio que todos vão aprender muito e ampliar sua visão e sua compreensão sobre oque é o criacionismo e as relações que são estabelecidas com os onze primeiros capítulos de Gênesis.
 COMO FAÇO PARA COMPRAR O LIVRO?
Olá sou o Alexandre, do Onze de Gênesis, do Numar-SCB e coofundador da Origem em Revista.
Em meados de abril estarei lançando meu primeiro livro, intitulado Onze de Gênesis: Uma herança de pai para filho. Toda a produção e o lançamento são independentes e, por isso, estou fazendo uma "vaquinha virtual" para arrecadar recursos a fim de custear a confecção da obra.  Se você quiser me ajudar pode doar qualquer valor ou adquirir uma unidade do livro na pré-venda. O valor por unidade é R$ 35,00.

Para adquirir seu exemplar ou doar qualquer valor, basta acessar o site e efetuar o pedido. O link é este:  https://goo.gl/nXXjMM

Após você efetuar o pedido e preencher seus dados, entraram em contato para acertar as questões de frete e pagamento.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

A História do Apóstolo Paulo


Paulo de Tarso, o Apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais conhecidos por todos os cristãos, sendo reconhecido como o maior líder do cristianismo. Neste texto, nós conheceremos mais sobre a história de Paulo, autor de treze epístolas presentes na Bíblia.
Quem foi Paulo de Tarso?
Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso, na Cilícia (At 16:37; 21:39; 22:25). Tarso não era um lugar insignificante (At 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega, uma cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora tenha nascido um cidadão romano, Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita circuncidado da tribo de Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus (Rm 11:1; Fp 3:5; At 23:6).
A infância e adolescência do Apóstolo Paulo tem sido um tema de grande debate entre os estudiosos. Alguns defendem que o Apóstolo Paulo passou toda sua infância em Tarso, indo apenas durante sua adolescência para Jerusalém. Outros defendem que Paulo foi para Jerusalém ainda bem pequeno, passando, então, sua infância longe de Tarso. Na verdade desde seu nascimento até seu aparecimento em Jerusalém como perseguidor dos cristãos, conforme os relatos do livro de Atos dos Apóstolos, há pouca informação sobre a vida do Apóstolo Paulo.
Embora não se sabe ao certo com quantos anos o Paulo saiu de Tarso, sabemos com certeza que ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado doutor da lei, Gamaliel, neto do também famoso Hillel. Paulo, então, conhecia profundamente a cultura grega, falava o aramaico, herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito observador da Lei, e mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos (Gl 1:14; Fp 3:5,6). Considerando todos estes aspectos, podemos afirmar que sua família possuía alguns recursos e era de posição proeminente.
O fato de Paulo possuir cidadania romana é algo que merece consideração. Estima-se que dois terços da população do Império Romano não possui cidadania romana. Paulo herdou sua cidadania romana de seu pai. Não se sabe como o pai do Apóstolo conseguiu tal cidadania, mas um dos meios a qual alguém conseguiu a cidadania romana era prestar algum serviço relevante ao governo romano. A cidadania romana concedia alguns privilégios, dentre os principais podemos citar:
·         A garantia do julgamento perante César, se exigido, nos casos de acusação.
·         Imunidade legal dos açoites antes da condenação.
·         Imunidade em relação à crucificação, a pior forma de pena de morte da época.
Paulo de Tarso como perseguidor:
No livro de Atos dos Apóstolos, somos informados que quando Estêvão foi apedrejado, suas vestes foram depositadas aos pés de Paulo (At 7:58). Após esse episódio da morte de Estêvão, Paulo assumiu uma posição importante na perseguição aos cristãos, recebendo autoridade oficial para liderar tais perseguições e, na qualidade de membro do concílio do Sinédrio, dava o seu voto a favor da morte dos cristãos (At 26:10).
O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do Senhor” (At 9:1). Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou cartas ao sumo sacerdote para as sinagogas em Damasco, para que levasse preso para Jerusalém qualquer um que fosse seguidor de Cristo, tanto homem quanto mulher (At 9:2). Paulo perseguia e assolava a Igreja de Deus (Gl 1:13), acreditando que ao fazer isso estava servindo a Deus e preservando a pureza da Lei.
A conversão de Paulo de Tarso:
As narrativas no livro de Atos, e as notas do próprio Apóstolo em suas epístolas, sugerem uma súbita conversão. Entretanto, alguns intérpretes defendem que algumas experiências ao longo de sua vida, devem tê-lo preparado previamente para aquele momento, por exemplo, a experiência do martírio de Estêvão (At 8:1) e sua campanha de casa em casa para perseguir os cristãos (At 8:3; 9:1,2; 22:4; 26:10,11). O que sabemos é que Paulo partiu furiosamente em direção a Damasco com o intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo inesperado aconteceu, algo que causou uma mudança radical, não só na vida de Paulo de Tarso, mas no curso da História.

“E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.” Atos 9:3-6

Ao escrever Atos, Lucas interpreta esse momento como um ato miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo transformou-se em Apóstolo seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz, mas não compreenderam as palavras, ficaram espantados, mas não puderam ver a Pessoa. Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. Esse encontro foi tão importante para Paulo que a base da sua afirmação para o apostolado está fundamentada nessa experiência (1Co 9:1; 15:8-15; Gl 1:15-17). Considerando que Paulo não havia sido um doze discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus seguidores, a necessidade e importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente. Essa experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como podemos ver:
·         Respondeu ao chamado de Cristo: o primeiro aspecto da mudança na vida do Apóstolo Paulo pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9:6). Ali foi o começo de um novo relacionamento com Cristo (Gl 2:20).
·         De perseguidor a pregador do Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do Apóstolo Paulo fica evidente na mensagem que ele começou a pregar na própria cidade de Damasco. Isso é impressionante, pois esse era o lugar a qual ele pretendia prender os seguidores de Cristo (At 9:1,2).
·         Mudança de vida total: antes da conversão, Paulo não aceitava a divindade de Jesus, a ponto de acreditar que perseguindo seus seguidores como um animal selvagem (At 26:9-11), tentando força-los a blasfemar contra Jesus (1Co 12:3), estaria fazendo a vontade de Deus. Podemos dizer que ele via Jesus como um impostor. Agora, após a conversão, sua pregação não era outra senão anunciar que Jesus é o Filho de Deus (At 9:20). O Paulo duro, rigoroso, ameaçador e violento de outrora, agora demonstrava ternura, sensibilidade e amor, como podemos perceber em vários de seus escritos.
O início do ministério do Apóstolo Paulo:
Após o encontro que teve com Cristo, o Apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita de Ananias, o qual também o batizou (At 9:17,18). Foi ali mesmo, naquela cidade, que Paulo começou sua obra evangelística.
Não temos informações detalhadas dos primeiros anos de seu ministério. O que sabemos é que o Apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco (At 9:20-22) e foi passar um tempo na Arábia (Gl 1:17), embora a Bíblia não esclareça o que ele fez ali, nem mesmo qual o lugar específico da Arábia. Depois retornou a Damasco, onde sua pregação provocou uma oposição tão grande que precisou fugir para salvar sua própria vida (2Co 11:32,33). A fuga em questão foi para Jerusalém (Gl 1:18). Havia completado cerca de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos discípulos, porém estavam todos receosos com ele, mas Barnabé se dispôs a apresentá-lo aos líderes dos cristãos. Entretanto, seu período em Jerusalém foi muito rápido, pois novamente os judeus procuravam assassiná-lo. Por conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada pelo Senhor numa visão. Segundo o que ele mesmo afirma em Gálatas 1:18, ele ficou somente quinze dias com Pedro, o que se harmoniza com o relato de Atos 22:17-21. Paulo então deixou Jerusalém antes que pudesse se encontrar com os demais Apóstolos, e antes de se tornar conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judéia, embora os crentes de toda a região já ouviam as boas-novas sobre Paulo.

“E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo; Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía.”
Gálatas 1:22,23

O Apóstolo Paulo então foi enviado à sua cidade natal, Tarso, passando ali um período de silêncio, de cerca de dez anos. Embora esses anos sejam conhecidos como o “período silencioso do ministério do Apóstolo Paulo“, é provável que o Apóstolo tenha fundado algumas igrejas naquela região. Estudiosos sugerem que as igrejas mencionadas em Atos 15:41, tenham sido fundadas por Paulo durante esse período. Certo é que, Barnabé, ouvindo falar da obra que Paulo estava desempenhando, solicitou a presença de Paulo em Antioquia como um obreiro auxiliar, a fim de ajudá-lo numa promissora missão evangelística entre os gentios. Após cerca de um ano, ocorreu um período de grande fome, e, em Antioquia, providenciaram-se contribuições para auxilio aos cristãos da Judéia, as quais foram levadas por Paulo e Silas. Havendo completado sua missão, Paulo e Silas regressaram a Antioquia.
Esse período fui essencial no ministério do Apóstolo Paulo, pois foi ali que sua missão de levar o evangelho aos gentios começou a ganhar força. Foi enquanto estava em Antioquia que o Espírito Santo orientou a igreja a separar Barnabé e Paulo para a obra à qual Deus os chamara, e assim tiveram início as viagens missionárias do Apóstolo Paulo.
“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.” Atos 13:2-3

As viagens missionárias do Apóstolo Paulo:
O trabalho evangelístico do Apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de dez anos, acontecendo principalmente em quatro províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas cidades-chave, isto é, nos maiores centros populacionais, pois quando alguns judeus e gentios aceitavam a mensagem do Evangelho, logo se tornavam o núcleo de uma nova comunidade local. Assim, Paulo alcançou até mesmo as áreas rurais. Podemos resumir a estratégia missionária usada pelo Apóstolo Paulo da seguinte forma:
1.       Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse nas regiões circunvizinhas.
2.       Pregava nas sinagogas, a fim de alcançar judeus e prosélitos gentios.
3.       Focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento das profecias da antiga dispensação.
4.       Percebia as características culturais e as necessidades dos ouvintes de modo que as aplicava na mensagem evangélica.
5.       Mantinha o contato com as comunidades cristãs estabelecidas por meio da repetição de visitas e envio de cartas e mensageiros de confiança.
6.       Estava atento as desigualdades presentes na sociedade da época, e promovia a unidade entre ricos e pobres, gentios e judeus, além de solicitar que as igrejas mais prósperas auxiliassem os mais pobres.
Em Atos 14:21-23, podemos perceber que o método de Paulo para estabelecer uma igreja local obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho dedicado ao evangelismo, com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de edificação, onde os crentes convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último, presbíteros eram escolhidos em cada igreja, para que a organização eclesiástica fosse estabelecida.
1.       A primeira viagem missionária de Paulo (At 13:1-14:28): não sabemos exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem, apenas que ela deve ter ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi Antioquia, um lugar que havia se tornado um tipo de centro do Cristianismo entre os gentios. Basicamente, a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e a parte sudeste da província romana da Galácia. Até um determinado momento da viagem, Barnabé era o líder, Paulo era o pregador principal, e João Marcos o auxiliador. Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente os abandonou) e retornou para Jerusalém. A partir desse ponto, Paulo assumiu a liderança da missão.
2.       A segunda viagem missionária de Paulo (At 15:36-18:22): o propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo, era visitar os irmãos por todas as cidades em que já haviam anunciado a palavra do Senhor (At 15:36). Entretanto, ao discutirem sobre a ida de João Marcos na viagem, Paulo e Barnabé decidem se separar, e Paulo leva consigo Silas. A data provável dessa viagem fica entre 50 e 54 d.C. O território coberto foi bem maior em relação à primeira viagem, estendendo-se até a Europa. A obra evangelística foi concluída na Macedônia e Acaia, e as cidades visitadas foram: Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto. Em Corinto, Paulo permaneceu um longo tempo (At 18:11,18), pregando e exercendo sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele enviou a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, as Epístolas aos Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, prometendo que retornaria em outra ocasião (At 18:20,21).
3.       A terceira viagem missionária de Paulo (At 18:23-21:16): essa viagem ocorreu entre 54 e 58 d.C. O Apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia e depois prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali ele passou um longo período (At 19:8-10; 20:3), cumprindo a promessa anteriormente feita. É provável que todas, ou pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia tenha sido fundada durante esse período. Parece que, antes de Paulo escrever a Primeira Epístola aos Coríntios, ele fez uma segunda visita a cidade de Corinto, regressando logo depois para Éfeso. Então, mais tarde, ele escreveria 1 Coríntios. Quando deixou Éfeso, Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que ele escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente, o Apóstolo Paulo chegou pela primeira vez em Corinto. Antes de partir dessa cidade, ele escreveu a Epístola aos Romanos (Rm 15:22-25).

O resultado das viagens missionárias do Apóstolo Paulo foi extraordinário, e o Evangelho havia se espalhado consideravelmente. Estima-se que, perto do final do período apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. Apesar de esse resultado ser fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme número de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa missão certamente foi o Apóstolo Paulo.
O debate do Apóstolo Paulo com Pedro:
Em um determinado momento, devido ao crescente número de gentios na Igreja, questões a respeito da Lei e dos costumes judaicos sugiram entre os cristãos. Muitos cristãos judeus insistiam que os gentios deviam observar a lei mosaica e se enquadrar nos costumes judaicos, principalmente em relação à circuncisão, para que pudesse haver igualdade na comunidade cristã.
O Apóstolo Paulo identificou esse movimento judaizante como uma ameaça à verdadeira natureza do Evangelho da graça, e se posicional de forma clara contra essa situação. Diante dessas circunstâncias, Paulo repreendeu Pedro publicamente (Gl 2:14), depois que este havia se separado de alguns crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos cristãos judaizantes. Esse também foi o pano de fundo que levou o Apóstolo a escrever uma epístola de advertência aos Gálatas, apresentando com grande ênfase o tema “salvação pela graça mediante a fé”.
Podemos dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja. Para que o problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma conferência com os Apóstolos e Anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma geral, os gentios que se convertessem não estavam sob a obrigação de observar os costumes judaicos.
Prisões e morte do Apóstolo Paulo:
Existe muita discussão em relação ao número de prisões que o Apóstolo Paulo sofreu, principalmente pelo livro de Atos não descrever toda a história do Apóstolo, e pelo fato de Paulo provavelmente ter sido preso algumas vezes de forma rápida, como em Filipos na descrição de Atos 16:23.
Falando sobre esses momentos, Paulo escreveu o seguinte:
“São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes.” 2 Coríntios 11:23

Citando as prisões significativas do Apóstolo Paulo, sabemos que ele foi preso em Jerusalém (At 21), e para impedir que fosse linchado, Paulo foi transferido para Cesaréia, onde Felix, o governador romano, o deixou na prisão por dois anos (At 23-26). Festo, sucessor de Felix, sinalizou que poderia entregar Paulo aos judeus para por eles ser julgado. Como Paulo sabia que o resultado do julgamento seria totalmente desfavorável, então ele, na qualidade de cidadão romano, apelou para César. Depois de um discurso perante o rei Agripa e Berenice, o Apóstolo Paulo foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível tempestade marinha, o navio a qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta. Finalmente chegou a Roma na primavera, e passou dois anos sob prisão domiciliar, onde ele tinha total liberdade para ensinar sobre o Evangelho (At 28:31). Nesse ponto termina a história descrita no livro de Atos dos Apóstolos, e o restante da vida de Paulo precisa ser contado com registros de outras fontes.
Depois disso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo Testamento parte das Epístolas Pastorais, sugerindo que o Apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em Roma (2Tm 4:16,17) por volta de 63 d.C., e visitou a área do Mar Egeu e viajou até a Espanha, antes de haver sido novamente aprisionado e, desta vez, executado pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2Tm 4:6-18). O se sabe é que as Epístolas Pastorais documentam situações não historiadas em Atos. A Epístola de Clemente (cerca de 95 d.C.) e o cânon Muratoriano (cerca de 170 d.C.) testificam sobre uma viagem do Apóstolo Paulo à Espanha. Sobre sua morte, a tradição conta que ocorreu junto da estrada de Óstia, fora da cidade de Roma, por decapitação.
Talvez o texto que mais defina a biografia do Apóstolo Paulo seja exatamente esse:

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” 2 Timóteo 4:7,8

Epístolas escritas pelo Apóstolo Paulo:
·         Romanos
·         I Coríntios
·         II Coríntios
·         Gálatas
·         Efésios
·         Filipenses
·         Colossenses
·         I Tessalonicenses
·         II Tessalonicenses
·         I Timóteo
·         II Timóteo
·         Tito
·         Filémon


Texto: Daniel Conegero